quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cavalos e Tiriricas

A democracia serve apenas para que analfabetos, palhaços e biltres desfilem diante de nossos olhos?!
Parece mais uma grande tenda colorida onde os palhaços são os pobres eleitores que perdem tempo procurando um recipiente humano em quem depositar suas moléculas de esperança. Com um sorriso acanhado dizemos: 'sim, escolhi'; enquanto somos obrigados a suportar os cavalos preferidos do Imperador. E Incitatus se torna autoridade sobre os incautos.
O palhaço escolheu a comédia errada para fazer graça e, com isso, errou a piada: pior do que está fica sim - por mais inconcebível que possa parecer.
Desejo uma boa eleição aos que leem-me. Aos três. Deus nos ajude.
(Dáuvanny Costa)

* Tiririca é uma espécie de erva daninha que se propaga rapidamente. Sempre encontrada no Congresso Nacional; agora em pessoa.
* Incitatus era o nome do cavalo preferido de Calígula, incluído por este no rol de senadores.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Maturidade da Oração

Em que pese a oração seja o fenômeno central da religião e se constitua de elementos como invocação, inquirição, intercessão e ação de graças; geralmente a petição é o elemento mais lembrado.
Petição é ato de se pedir à divindade algo em benefício próprio. É uma característica emocional e infantil da oração, geralmente baseada em uma fé imatura que espera que Deus intervenha nas dificuldades da vida na Terra – especialmente nas nossas.
A experiência religiosa da oração também se classifica em confissão – quando o homem torna patente o arrependimento de se achar um pequeno ‘deus’; a dedicação – em que a alma se entrega a Deus sem reservas; a intercessão – em que se pede algo em favor de outrem, e a gratidão.
Gratidão. Palavra tão esquecida entre o homem e seu semelhante e entre o homem e Deus. Nossa gratidão a Deus se limita ou se reserva pelos favores que recebemos dEle – ou não. Saúde, prosperidade, felicidade, realizações, sucesso, eis alguns dos fatores que fazem o homem render graças a Deus: “Graças pelo que me deste, Pai”.
Hoje, apesar dos horrores que habitam a alma, da sombra no olhar, dos obstáculos da jornada, das lágrimas incessantes, das feridas latentes, das chagas e perseguições, das pregações em desertos, dos espinhos, das noites de insônia e dos agravos; hoje, inclino a cabeça e gemo: “Graças pelo que és, Pai”.
Hoje, não importa o que não tenho; o que Ele não me deu ou tomou. Hoje, só preciso de sua Presença; hoje, só importa o que Ele é. Minha oração hoje é “SIM”.
Hoje, o que sou não tem relevância e não fundamenta minha fé; minha oração é mística; é uma busca de comunhão com Deus não para lhe pedir algo, mas pura e simplesmente porque ele é Deus e desejo chamá-lo “Abba”.
A misticidade da oração não pode ser compreendida pelo comum, pelo cotidiano, pelos imaturos na fé. Ela é um salto para o invisível.
Minha alma ainda encontra horas absurdas, ainda geme na solidão de horas cansadas, ainda duvida do que não pode provar e se debate em paroxismos inúteis; todavia, ela possui um desejo maior do que todas as outras coisas em minha vida: o desejo de pertencer.
(Dáuvanny Costa)

sábado, 4 de setembro de 2010

Tempo

Quando foi que o tempo começou a passar tão depressa?
Quando as horas se desesperaram a correr?
E como foi que a menina do espelho cresceu?...
(Dáuvanny Costa)