domingo, 31 de dezembro de 2006

Novo Ano, Dia comum

Hoje, para muitos, é dia de rever conceitos e valores, fazer uma retrospectiva do ano que termina, pensar nos projetos futuros, fazer promessas e decretar vitórias. É um dia de festa e alegria em família - para muitos.
Para outros - tantos outros - é dia de lamentações. Lamentar pelo ano perdido e desejar que o ano infante traga melhores dias.
Para outros, ainda, é um dia comum. Um dia que chegará ao fim às 23:59 horas levando consigo o ano sobre as costas. É apenas um ano que passa, como as horas, os dias, os meses. Tempo após tempo.
Para mim é assim, dia comum. Nada de promessas. Nada de balanços porque nossa vida não é uma contabilidade tampouco um parque infantil. Um ano comum termina e outro se inicia: ciclo da vida e não escolha nossa.
Ganhei amigos no ano que termina, amigos que desejo manter no decorrer do ano que se inicia e dos anos seguintes. Amigos de quem aprendi a gostar e a respeitar, amigos de quem sinto saudades quando ausentes. Alguns conheço apenas pelos escritos, trocamos correspondências como amigos de infância; alguns conheço apenas pela voz, mas não há distinções nos sentimentos. Dos que são presentes, alguns se tornaram mais íntimos, a amizade se solidificou ganhando ares de eternidade. Um brinde a todos! Aos de perto e aos de longe, aos de sempre e aos de "às vezes", aos que olho nos olhos e aos que olho nos corações.
Alguns se afastaram, outros se perderam. Por motivos fúteis. Faz-me pensar em como nós humanos somos desatentos e desinteressados. Perdemos as pessoas que gostamos porque somos egoístas, mais preocupados em mostrar nossas próprias opiniões, em provar que estamos certos, do que em amar e demonstrar nosso amor. Pisamos nas pessoas apenas para mostrar que temos razão. E as pessoas se afastam e nos afastam delas.
Diante desse quadro, que posso desejar para um novo ano? Ora! O que desejo a cada novo mês, nova semana e novo dia: Mais tolerância entre os homens, mais amor entre os povos, mais paz entre os cristãos. Para um novo ano não desejo nada novo. Apenas que os homens despertem para novas realidades, unam-se em suas fraquezas e incertezas, sejam menos ríspidos em suas atitudes, aprendam a perdoar, a não serem amargurados, a não terem sentimentos mesquinhos uns pelos outros. 
Desejo que as pessoas falem menos e façam mais. Farei minha parte. Plantarei as sementes. Não desejarei nada que eu própria não possa fazer.
E que venha um novo ano de trabalho.
(Dáuvanny Costa)

domingo, 17 de dezembro de 2006

Por que se escreve?

"A grande maioria escreve porque busca fama e dinheiro, por distração, porque simplesmente tem facilidade, porque não resiste à vaidade de ver o seu nome em letras de forma.
Restam, então, os poucos que contam: aqueles que sentem a necessidade obscura mas obsessiva de dar testemunho de seu drama, de sua infelicidade, de sua solidão. (...) São homens que não escrevem com facilidade, mas com dilaceramento. São indivíduos na contramão, terroristas ou foras-da-lei".
(Ernesto Sabato)

Escrever

Crise de abstinência.