Às vezes passamos tempo demais das nossas vidas batendo em portas que talvez não abram-se. Não são portas para serem abertas. Ao menos não para nós.
Outras vezes a porta é estreita como fundo de agulha; a possibilidade de passar existe; contudo, a entrada é árdua como apenas ELE tem criatividade para criar. São aquelas portas que passamos deixando partes para trás, com trocadilho e tudo. Parece até que estamos passando pela fechadura. No afã de que aquela porta se abra talvez não tenhamos paciência para esperar a chave ou o milagre do mar vermelho.
Há também portas que se abrem largas à nossa frente, mas não eram as. Com pesos invisíveis presos aos pés, demoramos a atravessá-las, tentando nos convencer de que ELE se enganou, de que houve um equívoco. Nossa obstinação é maior que o desejo de encontrar um caminho preparado especialmente para nós.
Por fim, há vezes em que a vontade dEle para nós é a de que voltemos; à guisa do que disse pro tal de Elias: "Vai, volta pelo teu caminho para o deserto..." Ora, é para ir ou voltar, Deus?! Seria bom algumas vezes tornar as coisas claras, só para variar, porque também estou à porta. E bato.
(Dáuvanny Costa)