domingo, 26 de julho de 2009

Dia em que nasceste

Hoje, porque é teu dia.
E o dia que escolhi para dizer que nasces em mim.
Constantemente.
(Tua Dáuvanny Costa)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Mosaicos

Não tenho medo de parecer ignorante. Todos somos, afinal, ignorantes em algum assunto. Assumo minhas ignorâncias, mas tenho o potencial necessário para deixar de sê-lo naquilo que me interessar.
O que aprendo de deitar meus olhos pela vida é que ela não pode ser compreendida apenas pelo olhar, é necessário andar por ela, percorrendo seus caminhos tortuosos e insensatos. Que não se apresse o leitor distraído a julgar: "Ela não gosta da vida". Gosto. Gosto sim, mas às vezes, convenhamos, ela é fardo e não presente.
Vida é mosaico. Miscelânea de boas e más notícias que nos derrubam e levantam; vai-e-vem constante de pessoas e fatos que nos assombram e alegram.
Não tenho medo de me declarar ignorante de vida. Ignorante de idas e vindas. Ignorante de existir. Existo na mais completa ignorância sobre mim mesma. Como, aliás, vivem todos os homens. Por isso, não obstante seja extremamente exigente comigo mesma, não me julgo com dureza. Como aprendi a não julgar o outro. O outro é uma extensão de mim. Tecidos de um mesmo fio chamado humanidade.
Quando erro, seja por uma palavra fora de contexto, uma observação que não deveria ter sido feita, uma atitude que não deveria ter sido manifestada, uma cobrança sem necessidade, uma frase mal conjugada, um tom de voz áspero, uma ação impensada, uma pergunta indevida ou uma estupidez no trânsito, demoro a perdoar-me. O erro permanece em mim como alimento mal digerido; volta e meia me incomoda a lembrança, sofro aquele erro – pequeno ou grande – como se não tivesse o direito de errar. Sinto-o como um peso nos meus pensamentos. Penso que poderia ter feito melhor, mas acolho a ideia de que estou sempre fazendo o melhor que posso. E na busca de fazer esse melhor, às vezes eu me dou um tempo e nesse tempo de distração, costumo errar. É um "aparecer de traje esporte quando se pedia tenue de soirée". Ou seja, é uma gafe.
Contudo, hoje procuro não me julgar com tanta severidade. Cometi erros que poderiam ter sido evitados, mas cometi e está consumado. Se puder, conserto, se não puder, viro a página para escrever novamente. A vida é assim, não é possível apagar, não dá para passar corretivo, o melhor é virar a página. Exigente de perfeição, fácil não é para mim, mas o erro que me perseguia pela semana, agora não me faz mais refém. Persegue-me ainda, decerto, mas logo cansa e se apressa em me deixar. Da próxima vez faço melhor. É uma ignorância a menos. Um pedaço que se junta aos outros para formar a beleza do mosaico.
(Dáuvanny Costa)

sábado, 18 de julho de 2009

O que a igreja não sabe

"É durante os períodos de depressão, muito mais do que nos períodos de apogeu, que o homem avança, para o tipo de criatura que Ele deseja".
(C. S. Lewis in Cartas de um diabo a seu aprendiz)

Direito Real

"O direito existe para se realizar. A realização é a vida e a verdade do direito; ela é o próprio direito.
O que não passa à realidade, o que não existe senão nas leis e sobre o papel, não é mais do que um fantasma de direito, não são senão palavras".
(Rudolf Ihering in A Luta pelo Direito)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

(IN) DECISÕES

Estive longe tentando desvendar outras cidades, mudar a sorte, fugir de gente. Estágio de vida em novas histórias. Precisei começar coisas, recomeçar outras, tomar decisões sérias.
Precisei de tempo para encontrar-me.
Às vezes isso acontece. Desejo de distância. Distância da dor, da indiferença, das cobranças, das frustrações. Desejo de fugir dos problemas que causei e não consegui resolver ou dos problemas que me causaram – e também não consegui resolver. Das coisas que quebrei e não consegui consertar ou das coisas que outros quebraram em mim.
Decidi hoje que não quero mais fugir. Não posso. Nem das pessoas, nem dos problemas, nem das histórias.
Não quero mais ferir nem ser ferida. Não quero, em mim, feridas feitas por línguas, palavras que machucam, julgamentos que arrancam pedaços que demoram a se recompor. Sei - isso parece inevitável. Pessoas dizem sempre coisas que ferem. A decisão, no entanto, pode ser minha. Decisão de não ferir outrem e não me sentir ferida quando as pessoas são o que elas não podem deixar de ser.
Não quero que as decepções norteiem a minha vida e se demorem em mim como alimentos mal digeridos. Se as feridas são inevitáveis, não quero causá-las nem ser o recipiente incubador. Quero quebrar o ciclo.
Quero ser livre para não precisar esconder-me. Livre para não esconder o que sinto ou penso. Livre para permanecer onde desejar e ser aquilo que sou. Sem subterfúgios. Quero ser aceita e aceitar o outro COMO EU SOU. E, da mesma forma, que o outro me aceite COMO ELE É.
Quero consertar os erros do passado para poder encontrar a paz.
(Dáuvanny Costa)

domingo, 12 de julho de 2009

Selo ou não sê-lo... (2)



Após a ausência já retorno agraciada. O Filipe me conferiu o SELO FRIENDS que segue com essa definição: "Esses blogs são extremamente charmosos, seus blogueiros têm o objetivo de serem amigos, e não estão interessados em se autopromover. Nossa esperança é que quando os laços desse troféu são cortados ainda mais amizades sejam propagadas".
A regra: entregue esse troféu para oito blogs que devem escolher mais oito blogs e incluir esse texto junto com seu troféu.


Segundo ele, com uma frase digo o que os tratados não expressam. Pura gentileza! Gentileza inesperada que me deixa lisonjeada.
Diante do exposto, desta vez seguirei a regra (ao menos em parte) e indico alguns dos blogs que costumo acompanhar:

1. Devolvo ao Filipe, que combina a beleza das suas palavras com o apurado gosto para as palavras de outros;

2. Nuno, protestante que sabe o que protesta;
3. Lou, que promoveu a gruta (agora caverna), mas continua falando de coisas sérias com uma jocosidade que só ele possui;
4. Gomes, construtor de frases que ficam e de pontes que alcançam meus abismos;
5. Reinaldo, ranzinzice que cativa. Palavras contidas - segundo ele, de brontossauro - mas profundas;
6. Jo, eloquente na concisão.

sábado, 11 de julho de 2009

Dia de visitas

Hoje aproveitei para visitar todos os blogs elencados ao lado. Doses de alimentos anímicos formadas de histórias e experiências. Leitura que sigo recomendando.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

De quando em quando


Não tenho o encargo de escrever aqui. Nem alhures. Escrevo como deixo de escrever. Escrevo e desescrevo. Neologismos de mente cansada. Não importa.
Sinto falta de ler. De escrever, nem tanto. Ler é necessário; preciso de ao menos um parágrafo por dia para me sentir viva. Escrever não me é necessário. Talvez a necessidade esteja no que faço melhor. Leio melhor que escrevo. Sou boa e assídua leitora. Escritora medíocre.

Em tempos de proliferação de blogs e em tempos que muitos se dizem escritores, reconhecer minhas deficiências me é um presente. Qualquer colecionador de ideias, hoje se diz escritor. Qualquer coleção de escritos agrupados em um livro recebe o nome de literatura. Digitadores se tornam poetas. A internet democratizou a escrita e reduziu o senso crítico da maioria.
Poetas virtuais saem de seus quartos solitários para adentrarem em nossos computadores. E forçam sua presença em nós. Querem ser lidos. Precisam disso para suprir algum vazio existencial não diagnosticado.
Mas nem tudo é ruim. Há encontros que surpreendem pelo caminho. E a seleta relação de blogs ao lado corrobora isso. Escritos que combinam beleza com inteligência. Escritores. Não apenas digitadores.
É isso. Por enquanto, visite o blog; se perca um pouco em seus labirintos. Espero que após lê-lo não prefira meu silêncio.
(Dáuvanny Costa)