quarta-feira, 29 de março de 2006

É preciso esquecer quem somos?

Hoje é só isso.

É só clicar no título e ler. Ou ler o título e clicar.
Antigo... Mas atual. Ainda sinto o mesmo.

- Site: Data venia

quinta-feira, 9 de março de 2006

Mulher

Advogada, defende os que ama.
Médica, cura feridas.
Engenheira, constrói castelos.
Promotora, acusa quem fere seus princípios.
Bombeira, apaga fogos.
Poetisa, romantiza vidas.
Administradora, cuida da sua vida.
Filósofa, compreende.
Cozinheira, alimenta.
Vendedora, comercializa ilusões.
Pastora, zela e protege.
Escritora, tem muitas histórias para contar.
Mulher.
Cada mulher.
Toda mulher.
Paraíso e queda.
Mulher. Sem referências à outras atribuições que não essa: MULHER.
(Dáuvanny Costa)

sábado, 4 de março de 2006

Ousar em fé

Meu coração está rasgado de alto a baixo, Senhor, para tocar o Teu. Procuro-O mesmo que a espera não termine nunca. O coração está pronto. A alma está pronta. Abunde est! *. Todavia ainda não desviei os olhos de mim e permaneço lambendo minhas feridas como um cão machucado.
Os crentes honestos oram por 'fé verdadeira': sua carne deveria estremecer só em pensar nas implicações que isso traz - eu sei.
(Dáuvanny Costa)

* Basta! (Sêneca)

Forças

"Algumas forças que impulsionam a vida humana não são explicadas apenas pelos instintos de preservação da vida ou da espécie.
Qual força leva uma mulher a persistir no seu amor maternal?
Qual determinação faz o pobre resistir trabalhando honestamente quando há tantos exemplos de gente que enriquece injustamente?
De onde vem a esperança do pai quando antecipa um futuro melhor para seu filho?
Por que a alegria da mãe da criança excepcional quando vê sua filha sorrindo?
De onde a viúva tira seu esforço em continuar sorrindo para não contaminar suas amigas com sua tristeza?
Como o crente, apesar de todo o mau testemunho da religião, continua amando e servindo a Deus com todo o seu coração?
Essas forças, motivações ou ímpetos não são, digamos, normais. Comumente usamos a expressão de que “há um espírito movendo essas pessoas”."
(Ricardo Gondim, aqui).

sexta-feira, 3 de março de 2006

Cântico VI

"Tu tens um medo: Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno".

(Cecília Meireles in "Antologia Poética", Editora Record)

quinta-feira, 2 de março de 2006

Navegar é preciso, gentileza também

Ultimamente não tenho enviado e-mails, mal os tenho lido (sempre com atraso - exceto quando são de trabalho ou família) cansei do "encaminhar", peguei birra do "undisclosed-recipients", configurei meu Outlook para avisos e afins caírem na lixeira, meus e-mails têm antispam. Por quê? Pela impessoalidade desse mundo cibernético; que soa, ao meu espírito gentil, como absoluta falta de educação e gentileza. Salvo em situações específicas, as pessoas não desligam o telefone na cara das outras, mas na internet é isso o que acontece.
A internet permite a falta de cordialidade e educação?... Há pouco tempo entrei no Orkut, e confesso: fico desalentada com aquele mundo de spams e mensagens "genéricas", impessoais e inúteis, em que os remetentes desejam 'marcar ponto' (embora, eu pense que o objetivo seja chamar a atenção). De igual modo fico desalentada quando, pessoalmente, deixo um scrap na página de alguém e nunca recebo resposta. Paraíso da deselegância e da indiferença!
Sinto-me rejeitada e ignorada. Isso me diminui. Arre! Que hoje não estou com paciência para circunlóquios. Quero ser objetiva. Chego ao absurdo de pensar que educação envolve algum tipo de interesse, ou seja, sem interesse algum, cessa a educação. Convenhamos, há algo mais grosseiro do que ignorar alguém?! Reconheço que a maioria faz isso por falta de cuidado ou de atenção e não, necessariamente, por grosseria. É mais um "não se importar". Reconheço, de igual modo (e folgo em saber), que muitos compartilham da desolação que ora exponho.
Eu já tinha boa educação antes da internet, antes dos e-mails e scraps - talvez isso tenha ajudado - sempre disse obrigada, por favor e com licença. Alguém pode pensar que sou ultra-sensível; mas não sou. E estou desalentada. Talvez esteja exagerando. Mas quando leio textos na internet e scraps (esses sites de relacionamentos são o paraíso do assassínio à língua portuguesa) meu desalento sai pelos póros. Onde estarão os parágrafos, acentos e pontos? Onde estarão as letras naquele mundo de "X"???
Tenho intimidade com a internet, gosto de sua utilidade e funcionalidade. Gosto (salvo exceções) do que ela oferece, mas me cansa tal degradação da gentileza e da gramática. Dia desses desisto do Orkut e chats. Fico somente com a costumeira navegação, até mesmo porque, "navegar é preciso, viver não é preciso" (Fernando Pessoa), mas até lá, desolo-me.
(Dáuvanny Costa)

quarta-feira, 1 de março de 2006

Ser compreendida...

"Repudiei sempre que me compreendessem. Ser compreendido é prostituir-se". (Fernando Pessoa/Bernardo Soares in Livro do Desassossego).


Ocorreu-me: Será que alguém pensará que esse Blog é uma autobiografia?!!! Isso seria estranho; porque certamente há momentos de "vazamento" nessa página (tela, para ser mais precisa). Em alguns momentos não contenho as palavras de meu ser, que saltam sobre o teclado e ganham vida por si próprias; mas o Blog (Blog é um nome estranho) não é autobiográfico. Enorme porção que nasce aqui, nasce para ficar aqui, sem qualquer relação comigo. Era isso que tinha para escrever agora pela manhã.
[...] E se pensarem; e o que pensarem... que tenho com isso?!... Ser compreendido é prostituir-se, escreveu o Poeta.
(Dáuvanny Costa)