domingo, 26 de fevereiro de 2006

Acessórios

Pelas ruas vejo rostos sombrios; com estranhas formas e sentimentos; e fico imaginando seus pensamentos...
Onde mora a moça de cabelos dourados, o rapaz de olhos azuis, o senhor de chapéu de palha, a senhora gorda de vestido rosa... detalhes de cada um...
Junto com suas formas vejo seus fardos, ombros curvados, e seus acessórios... Tantos! Celulares, colares, óculos, guarda-chuvas, pagers, notebooks, brincos, bolsas, agendas, coisas que já fazem parte de si mesmos. E a moça de risca de giz atrás de mim na fila do banco diz para a amiga ao lado: ‘não saberia viver sem celular’ [...]. Arre! Mas eu posso!... Vivo sem carro, sem celular, sem telefone, sem canetas, sem agendas; mas há um acessório imprescindível para mim: Eu não vivo sem amigos.
Mas... por que estou chamando amigos de acessórios?... Ah! É porque o acessório segue sempre o principal.
(Dáuvanny Costa)

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