sábado, 29 de dezembro de 2007

A Capa e a Espada

Nos dias que se seguiram ao 11 de setembro, a mídia mundial fez um barulho dos diabos alertando contra a suposta onda de ódio anti-islâmico que estaria assolando os EUA. A base factual da notícia eram seiscentas e poucas queixas de “discriminação” apresentadas à polícia americana. Nenhuma delas envolvia morte, agressão, nem mesmo demissão de emprego: os atos mais violentos consistiam em insultos, a maioria em meras palavras ambíguas interpretadas ex post facto em sentido discriminatório.

Mas desde então várias dezenas de cristãos já morreram nos EUA – e alguns milhares nos países comunistas e islâmicos - em ataques homicidas motivados por ódio anticristão explícito e documentado, sem que em nenhum desses casos a grande mídia européia e americana (da nacional nem falo) consentisse sequer em usar a expressão “crime de ódio” para descrever o ocorrido.
Mutatis mutandis, nem um único caso de agressão a homossexuais comprovadamente motivada por excesso de zelo cristão foi jamais citado para dar fundamento à mentira sórdida de que as convicções religiosas do povo brasileiro estão colocando em risco a vida da comunidade gay.

Mas, exatamente como em Columbine – aquele episódio que Michael Moore falsificou por completo -, a investida assassina contra a Igreja New Life do Colorado foi obra de um jovem homossexual intoxicado de idéias anticristãs, e ai de quem ouse insinuar que a ideologia gayzista ou a campanha furibunda dos Dawkins e Hitchens contra a fé religiosa têm alguma responsabilidade nisso. Em geral, nem mesmo padres, bispos e pastores ousam ver aí alguma relação de causa e efeito.
No caso específico da New Life, o cuidado da grande mídia brasileira em impedir que os fatos induzam a conclusões reacionárias chegou ao requinte de falsificar a identidade da heroína do episódio, Jeanne Assam, apresentando-a como “agente de segurança” para atenuar o escândalo de que uma cidadã comum, com uma Beretta 92, salvasse da morte certa mais de cem pessoas ameaçadas por Mathew Murray e se tornasse assim uma heroína dos grupos de autodefesa cristã e dos americanos armados em geral. Mas Jeanne não é profissional de segurança, licenciada para portar arma na Igreja em função do seu emprego. É apenas uma fiel cristã que se ofereceu para zelar pela vida de seus irmãos, voluntariamente, gratuitamente, assumindo para isso a responsabilidade de andar armada. Se para isso teve de obter da polícia uma licença especial, foi pela simples razão de que leis criminosamente idiotas proíbem o porte de armas em igrejas, escolas, clubes, shopping centers, etc., tornando esses locais o alvo preferencial e indefeso para tipos como Mathew Murray, Cho Seung Hui ou Tim McVeigh (um anticristão, um antibranco e um anticapitalista).
No momento em que escrevo estas linhas, a comunidade cristã no mundo está ameaçada por perigos incalculavelmente maiores que a loucura avulsa – ainda que ideologicamente induzida - de um Murray ou de um Cho Seung Hui. Na Coréia do Norte, uma nova onda de prisões e execuções de fiéis, em plena época do Natal, suscita apelos desesperados que a grande mídia, especialmente no Brasil, sufoca por completo (v. Martyrdom awaits North Koreans on Christmas). Ao mesmo tempo, do outro lado do mundo, a prefeitura de Okkahoma anuncia que seus funcionários serão proibidos de celebrar o Natal no local de trabalho, o shopping center Pembroke Pines na Flórida veta os presépios e cenas natalinas em geral nas suas instalações, e jornais populares como “USA-Today” soltam artigo em cima de artigo para proclamar que não existe nenhuma guerra cultural anticristã, que é tudo invenção de paranóicos como Bill O'Reilly.

Não sei se Jeanne Assam está sabendo dessas coisas, nem se leu o livro de van Wyck. Mas leu decerto o Evangelho de Lucas, capítulo 22, versículo 36, onde Jesus ordena aos apóstolos: “Aquele que não tem espada, venda sua capa e compre uma.”
O sentido do versículo é claro: a defesa armada do rebanho é obrigação estrita dos pastores, dos sacerdotes e de cada fiel. Aquele que foge a essa responsabilidade é indigno da confiança da comunidade cristã. Neste momento, nenhuma outra mensagem de Natal pode ser mais oportuna.

(Olavo de Carvalho in Diário do Comércio, editorial, 21 de dezembro de 2007).
Texto integral: Olavo de Carvalho

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A Desordem da Ordem

O Exame 134 da OAB/SP foi adiado por suspeita de fraude.
Quer me parecer que o assunto 'fraude' esteja se tornando normal no Estado Democrático de Direito.

Mais:
1) Cespe - Agente Penitenciário
2) Concursos sob suspeita
3) MPF/DF oferece denúncia contra esquema

Confiar?!... Para quê?...
Acerca do Exame da Ordem, o D'Urso acha que trocar organizadores é a solução. Talvez não se deu conta de que é hora de mudar conceitos e VALORES. Punição deve ser dirigida às Faculdades que fingem que ensinam e às Fundações que fraudam o Processo Seletivo e não aos examinandos - a parte mais fraca e mais fácil de ser prejudicada.
(Dáuvanny Costa)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O Anjo do Natal

É noite de festa.
Sua família está reunida - e eu, distante da minha.
Está abrigado junto à árvore - e eu, nas rondas.
Está abrindo presentes - e eu, municiando armas.
Está vestido pela roupa nova - e eu, pela costumeira farda.
É noite de festa.
Enquanto festeja, eu zelo.
Enquanto abraça, eu atiro.
Enquanto sorri, eu sinto saudades de casa.
É noite de natal para o mundo,
dizem que o Cristo nasceu nesse dia,
Eu sei que Ele foi traído e crucificado também
e os soldados foram seus algozes.
Eu, ao contrário, sou seu protetor e servidor
e desejo, nessa noite, que o Cristo nasça em seu coração
e no momento em que soarem as horas
lembre-se de mim em sua oração.
(Dáuvanny Costa)

Breve Faciam

"Mais belo que partir é regressar".
(Onestaldo de Pennafort in Poesias)

* Como solicitado, incluo: o termo latino acima significa: 'serei curto' (na exposição).

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Lassidão

"Estava decidida a travar sozinha a sua batalha. Mas a situação era improlongável. Estava por um fio".
(Orígenes Lessa in A desintegração da morte)

domingo, 2 de dezembro de 2007

Filmes - O Último Samurai

"Um homem faz o que pode até seu destino se revelar".
(Tom Cruise para Ken Watanabe in 'O último Samurai')

sábado, 1 de dezembro de 2007

Para não perder a esperança

Cinzas são transformadas em áscuas e as sementes da esperança rebrotam.
É o doce sabor de uma vitória. Ainda que modesta. Modesta, mas minha, e hoje faz com que eu veja, com olhos de ver, o horizonte.
Posso descansar e sonhar. Ainda que seja somente até o próximo amanhecer.
(Dáuvanny Costa)

Ouvindo - Da Próxima Vez

"As ruas da minha cidade
Abriram os olhos de encanto
Para te ver passar
As pedras calaram os passos
E as casas abriram janelas
Só para te ouvir cantar
Porque há muito, muito tempo
Não vinhas ao teu lugar
Ninguém sabia ao certo
Onde te procurar
Da próxima vez
Não vás
Sem deixar destino ou direção
Se houver próxima vez
Não esqueças
Leva contigo recordação
E um beijo pendurado
Ao peito do teu coração.
Quisemos saber como estavas
Se a vida tinha tomado
Bem conta de ti
Ou se a vida teve medo
E eras tu que a levava
Refugiada em ti
Cada verão que passava
Sentiamos-te chegar
Como era possível que o sol
Se atrevesse a brilhar
Deves trazer tantas histórias
Tantas que algumas ficaram
Caídas por aí
Outras eu tenho a certeza
O teu fogo na alma queimou
Deixaram de existir
Só queremos saber se és a mesma
Que vimos partir
Não existe mundo lá fora
Que te possa destruir". (Luís Represas)