sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ateus e o Evangelho da Graça

Ainda não compreendo quando os ateus escrevem sobre Deus. E assumo esta minha insipiência. Por dois motivos:
1) Como alguém que não acredita na existência de Deus pode questioná-lo? Está questionando o nada? É demais que eu imagine ser altamente contraditório alguém atacar ou contra-argumentar com aquilo que, supostamente, não existe?!... Quer me parecer um trabalho intelectivo inútil. Eu, por exemplo, se fosse escrever sobre contos de fadas não perderia mais que duas linhas.
2) Por que, racionalmente, alguém perde seu tempo escrevendo sobre o que não acredita? A enantiose do escritor? Não parece mais coerente, ainda que menos poético, escrever sobre o que se acredita? (Desde que se acredite em algo, por certo).
Trarei duas suposições para esclarecer minha ilação:
No primeiro caso, Deus não existe. Ponto. Se Ele não existe, que tipo de tolo perde tempo discorrendo sobre sua inexistência? Ataca-o partindo do pressuposto de que Ele é nada. Ataca o nada. O que torna, desde o início, todos os seus argumentos nulos.
No segundo caso, Deus existe. Existindo, que tipo de tolo ataca o Deus da criação? O que espera receber? Espera que Ele se revele de uma forma privativa e distinta para contestar seus argumentos?! Imagina que suas opiniões são assim tão relevantes para Deus, de modo que Ele suprirá seu vazio espiritual dando-lhe algo que tantas vezes pessoas que verdadeiramente O buscam, não encontram?
Darwin (e Dawkins) que me perdoe, mas minha inteligência ainda me aponta o Pentateuco para a criação da humanidade. Ainda é o melhor argumento. Talvez apareça outro. Espero-o para banir minha fé; fé aqui exprimida como asseveração de um fato. Até que surja outro argumento, o meu Deus é Iavé. O Deus de Israel. O Deus do Monte Moriá e do Monte da Caveira (O Gólgota).
Há dois montes me revelando do amor de Deus e um monte de bobagens desvirtuando-o. E fiz minha escolha. Ou fui escolhida.
Por fim, transcrevo Carlo Maria Martini: “Certamente, eu gostaria muito que todos os homens e as mulheres deste mundo, mesmo aqueles que não crêem em Deus, tivessem claros fundamentos éticos para operar com retidão e agissem em conformidade com eles”.
(Dáuvanny Costa)

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