sexta-feira, 10 de julho de 2009

De quando em quando


Não tenho o encargo de escrever aqui. Nem alhures. Escrevo como deixo de escrever. Escrevo e desescrevo. Neologismos de mente cansada. Não importa.
Sinto falta de ler. De escrever, nem tanto. Ler é necessário; preciso de ao menos um parágrafo por dia para me sentir viva. Escrever não me é necessário. Talvez a necessidade esteja no que faço melhor. Leio melhor que escrevo. Sou boa e assídua leitora. Escritora medíocre.

Em tempos de proliferação de blogs e em tempos que muitos se dizem escritores, reconhecer minhas deficiências me é um presente. Qualquer colecionador de ideias, hoje se diz escritor. Qualquer coleção de escritos agrupados em um livro recebe o nome de literatura. Digitadores se tornam poetas. A internet democratizou a escrita e reduziu o senso crítico da maioria.
Poetas virtuais saem de seus quartos solitários para adentrarem em nossos computadores. E forçam sua presença em nós. Querem ser lidos. Precisam disso para suprir algum vazio existencial não diagnosticado.
Mas nem tudo é ruim. Há encontros que surpreendem pelo caminho. E a seleta relação de blogs ao lado corrobora isso. Escritos que combinam beleza com inteligência. Escritores. Não apenas digitadores.
É isso. Por enquanto, visite o blog; se perca um pouco em seus labirintos. Espero que após lê-lo não prefira meu silêncio.
(Dáuvanny Costa)

4 comentários:

Filipe Liepkan disse...

o blog tornou-se o alicerce de palavras que, antes deixadas escritas em papel e guardadas em gavetas, agora publicadas cativam quem quer ser cativado. e não há outra realidade: grandes escritos existem e que sequer estejam com os nomes revelados. são anônimos, e por isso a internet se tornou esse enigma indescoberto.

mas em tudo há seu preço. externamos com mais facilidade a vulnerabilidade de nosso conhecimento, e os ares que tomam as palavras quando confrontadas com a realidade. e o que é a escrita senão a cura do escritor perante a aflição, esperança e ativismos?

penso que o amadorismo do blog é, antes, a excelência do escritor não dados a editoras. de qualquer forma, a bela escrita será sempre apreciada.

abçs

filipe

Anônimo disse...

Êba :))

Carlos

Jorge Oliveira disse...

Há tempo para tudo, debaixo do sol (e da chuva).
:)

Carlos disse...

não, não. Não entendi o 'escritora mediocre'. Não, não. Não é sério né?!...
Mas vamos lá... a internet libera mesmo uma porção de coisas e nem todas são boas, recebo dezenas de emails de pessoas que acham que sao poetas...
Mas é verdade que há muita preciosidade também. Os seus textos por exemplo, que são concisos e profundos, eu gosto muito.
Carlos.