terça-feira, 25 de maio de 2010

CERNAR

"Triste da árvore, se consentir que a desrevistam do córtex, se deixar que lhe exponham às intempéries a medula, escorchando-a da casa, que a cobre. Mal, também, do homem, que, como a árvore cernada, com o âmago entregue ao tempo, cuidar que salva os seus direitos de indivíduo, quando abandona os seus direitos de cidadão. Não tardará que o bicho e a podridão o carcomam e esvaziem da sua virilidade moral; não tardará que, castrando-se dos caracteres de cidadão, acabe por se desfazer de homem; não tardará que no combalido tronco lhe ranja a serra, ou se lhe crave o machado."
(Rui Barbosa)

2 comentários:

JPM disse...

Olá,
Tive contato com o teu blog no filosofia é o limite da profa. Marise Frühauf.
Agora vim conhecê-lo e seguí-lo.
Desde já és convidada a visitar o meu.
Saúde e felicidade.
João Pedro Metz

Dra. Costa disse...

Grata pela visita. Volte sempre. A porta está sempre aberta, embora a mesa nem sempre farta. Abraço.