domingo, 14 de agosto de 2011

Sombra da vida

Há anos fiz do salmo 23 minha oração e louvor. Minha chegada e partida. Minha pergunta e resposta.
Hoje, enquanto estou terminando a leitura de uma Peça Exordial, e hoje, por ser um dia demasiado difícil para mim, substituo meu pedido de que Ele não me abandone enquanto ando pelo vale da sombra da morte para que Ele não me abandone enquanto ando por este vale da sombra da vida.
(Dáuvanny Costa)

"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da vida, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam" (versículo 4 - alteração minha).

Um comentário:

Anônimo disse...

Desassosseguei-me aqui, e rememorei meus devaneios sobre Baudelaire, onde a arte dialoga com a morte, e o poema é um canal, uma maneira de participar da realidade situada além da vida carnal, não de maneira sobrenatural e maravilhosa, mas intensamente lírica. Essa dilacerante poética alimenta-se de sofrimento. A genial – divina ou maldita - complexidade da arte, tensiona-se com o mais horrendo abismo de tudo quanto é diabólico, apropriando-se do grotesco, do pecado, do Mal, da embriaguez e da morte, sangrando e exumando perturbadoramente o mais vil e o mais indizível do que traz medo e DOR ao homem...

Bárbara Castro