quarta-feira, 7 de março de 2012

O que nos torna grandes

"Todo aquele que se sente capaz de criar um destino com seu talento e com seu esforço tende a admirar o esforço e o talento dos outros; o desejo da própria glória não se sente inibido pela legítima consagração alheia. Aquele que tem méritos sabe o que estes custam e os respeita; estima nos outros o que desejaria que estimassem nele mesmo. O medíocre ignora esta admiração aberta: muitas vezes resigna-se a aceitar o triunfo que transborda as restrições de sua inveja. Mas aceitar não é amar. Resignar-se não é admirar.
Os espíritos desanimados são malévolos; os grandes gênios são dignos de admiração. Estes sabem que os dons naturais não se transformam em talento ou em gênio sem nenhum esforço, que é a medida de seu mérito. Sabem que cada passo para a glória custou trabalho e vigília, meditações profundas, busca sem fim, dedicação tenaz, a esse pintor, a esse poeta, a esse filósofo, a esse sábio; e compreendem que talvez eles consumiram seu organismo, envelhecendo prematuramente: e a biografia dos grandes homens ensina-lhes que muitos renunciaram ao repouso ou ao pão, sacrificando-os para ganhar tempo para meditar ou comprar um livro que iluminasse suas meditações". 
(José Ingenieros in O Homem Medíocre)

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